MUDAR...

Há muitos anos atrás empreendi uma mudança física. Consegui mudar na altura (por fora e por dentro).

Hoje, dezassete anos passados estou prestes a empreender nova mudança, espero eu que desta vez seja definitiva.

Como dizem algumas amigas virtuais, estamos a RENASCER!

Deixo-vos um poema que escrevi há 17 anos atrás...

MUDAR

Mudar é a única razão que tenho

a razão que me faz prosseguir

prosseguir no dia-a-dia

mudando um pouco...em cada dia.

Porque a vida estava errada

e a forma de a viver, também.

Vivia com medo, vergonha
medo da opinião dos outros

e vergonha de mim.

Todos estes anos assim

foram a causa de tantos problemas.

A incerteza, o medo, a solidão.

De repente vislumbro uma mudança,

tento alterar tudo na vida

passo a olhar-me, inteira!

Sem vergonha, reencontro pouco a pouco

a calma, a segurança e, principalmente

o gostar de mim.

A mudança acontece

até acontece o amor também,

mas aí, subsiste o medo

do confronto com a realidade

que tantas vezes magoa.

Ao mudar, ganho elogios

consigo ver as pessoas a olharem para mim

agora que as vejo, penso comigo

se elas antes não olhavam

ou se era eu que as não via

ao refugiar o olhar nas pedras do caminho.

Ao mudar, aconteceu o amor

porque me permiti amar.

Sendo igual a todos os outros

tal como sempre fui, afinal,

porquê reprimir esse sentimento?

Talvez porque nunca me senti igual

e afinal, no fundo, de todos os que me cercavam

só eu não gostava de mim.

Agora a imagem é outra

mas bem no fundo, o medo...

O medo e a incerteza subsistem

porque aconteceu o amor, mas eu...

continuo só!

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