domingo, 29 de junho de 2008

Um dia, quem sabe...

Um dia, quem sabe
Numa rua desconhecida
Cruzaremos saberes
Adquiridos com a vida!
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Um dia, quem sabe
O destino nos juntará
E a nós dois, juntos,
Um futuro proporcionará!
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Um dia, quem sabe
Juntos viveremos
Um futuro a dois teremos
E pela vida sorriremos.
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Um dia, quem sabe
Juntaremos nossos caminhos
Unindo assim nossas vidas
Encostados, bem juntinhos!
.
Um dia, quem sabe
Envelhecendo com amor
O passado relembrado
Recordaremos com fervor.
.
Um dia, quem sabe
A nossa chama se apagará
E sempre que alguém de nós se recordar
O amor livre, pelos ares, voará
E um sorriso ecoará
Porque o nosso amor permanecerá!
.
Um dia, quem sabe...
Musicallis

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O antes e o agora...

Muitas situações vividas anos atrás tiveram respostas bem diferentes do que se tivessem sido vividas presentemente.
Todos nós passámos já por situações, quer profissionais ou outras que, foram resolvidas de forma diferente devido à maneira de ser das pessoas , devido à forma de encarar a vida e a educação e, se compararmos os comportamentos das pessoas com quem convivemos, facilmente verificamos que os nossos avós, ou mesmo os nossos pais, dariam respostas diferentes do que as que são dadas actualmente.
É certo que "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", mas a época em que vivemos bem como o futuro que se nos avizinha é de certa forma preocupante, senão vejamos:

Antes e agora

Situação:
O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.
Ano 1978: O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2008: A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.
Situação:
O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.
Ano 1978: Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2008: A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura-Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.
Situação:
O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.
Ano 1978: Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2008: Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.
Situação:
O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.
Ano 1978: O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.
Ano 2008: Prendem o pai do Luís por maus tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.
Situação:
O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.
Ano 1978: Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2008: A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego. Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.
Situação:
Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado "chocolate" ao outro.
Ano 1978: Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.
Ano 2008: A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.
Situação:
Fazias uma asneira na sala de aula:
Ano 1978: O professor espetava duas valentes lostras bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque "alguma deves ter feito"
Ano 2008: Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.
Situação:
Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.
Ano 1978: Não se passa nada.
Ano 2008: As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.
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Todas estas situações não são de minha autoria, foram-me enviadas por e-mail, mas, qualquer um de nós será capaz de acrescentar à lista muitas outras situações vividas.
Por exemplo, uma que está bem presente no meu dia-a-dia de professora e directora de turma.
Situação:
Um aluno porta-se mal na aula. O professor/D.T. escreve para casa uma mensagem explicativa e pede a comparência do encarregado de educação na escola para tentarem em conjunto arranjar forma de melhorar o comportamento do aluno.
Ano 1978: O encarregado de educação comparece na escola, pede desculpa pelo conmportamento do seu educando, e garante já o ter posto de castigo. Reforça mais dez vezes o pedido de desculpa e retira-se agradecendo a atenção dispensada.
Ano 2008:
Surgem várias hipoteses:
  • O encarregado de educação não dá qualquer resposta;
  • O encarregado de educação assina a caderneta, sem qualquer comentário;
  • O encarregado de educação, responde por escrito que é dever do professor resolver o problema;
  • O encarregado de educação desloca-se à escola e afirma que não sabe o que lhe há-de fazer;
  • O encarregado de educação desloca-se à escola e afirma que em casa o seu educando é exemplar, logo, não compreende o seu comportamento na escola e pensa que alguma coisa não corre bem nas aulas;
  • O encarregado de educação desloca-se à escola e acusa o professor de não saber lidar com os alunos;
  • Também há os que vão lá, afirmam que o professor não está a contar a verdade, porque o seu educando em casa contou o sucedido de maneira diferente;
  • Ou então, limita-se a esmurrar o professor...

Quem, nos tempos que correm, não passou por alguma destas situações???

Comecei a leccionar em 1979 e por isso tenho já muitos anos de comparação... e outras situações há.

A vossa memória fará o resto...

Musicallis

sexta-feira, 20 de junho de 2008


Eduardo Prado Coelho, antes de falecer, teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta.
Sei que o texto é extenso, mas lê-se facilmente, e também sei que muitos portugueses nem são muito dados a leituras mas, vale a pena ler (é a minha opinião!).

Cada um que interprete como bem entender...
ATREVE-TE A LER, OUSA REFLECTIR, SE TIVERES CORAGEM

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Precisa-se de matéria prima para construir um País

Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
- Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
- Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como "matéria prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!

EDUARDO PRADO COELHO


Pensam os que se interessam por este país

Pensam os que já sentiram na pele, a mesquinhez de alguém

Mas...seria bom e é urgente que todos, mas mesmo todos, pensem!

Musicallis

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Distracção do povo...

Graves problemas neste nosso Portugal
A política está mal de saúde, e então senhores ministros, corram ao médico...
Pois é, esqueci-me que o serviço Nacional de Saúde está deveras doente...
Mas então , convenhamos, ide-vos às comemorações dos Feriados Nacionais... entre eles o Dia de Portugal, da Raça...
Ai desculpem a "gafe", isso já não se comemora há anos... foi mesmo um lapso, ou então, fugiu-lhe a memória para o passado!
Isto já não se estuda na escola, pois é , mas o Ministério da Educação também está doente!!!
TADINHOS!!!
Entre estes senãos, está deveras doente Portugal!

Qual o remédio para todos estes males???

Sinceramente, uma mudança de atitude seria bom!

Entretanto, veio mesmo a calhar o europeu de Futebol.

Por um lado o futebol distrai as massas e, já no tempo de Salazar se falava dos três FFF, futebol, Fátima e Fado, mas não deixa de ser verdade que não há por certo um português que não vibre ao ver um estádio cheio de verde e vermelho, ao ver entrar em campo a selecção e ao ouvir o nosso Hino.

Pela parte que me toca, fico sempre arrepiada e com o Hino, nem se fala, cantado num estádio cheio, os meus olhos brilham sempre.

Assim sendo, FORÇA SELECÇÃO!!!

Musicallis

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Será errado tentar...

Sempre que penso
Que posso tentar de novo
Que tenho uma esperança
Uma hipótese
Mesmo pequena que seja...
Sempre que penso, que afinal
Todo o ser pode e deve ser feliz...
Acontece sempre algo de errado
Que estraga o prazer
Que estraga a esperança
Que estraga a vida.
Mais uma vez, tristemente
Me convenço
Que não temos todos
Os mesmos direitos...
E era tão simples, bastava
Que não nos fosse negado
O direito de ser feliz!
Mas quem nega o quê, a quem?
Não sei, não entendo...
Porque é que tudo na vida
Pode correr mal?
Esperar da vida o melhor
Qualquer um faz...
Mas porquê o sofrimento?
Seremos incapazes de sermos felizes?
Será que o erro é de cada um de nós?
Será possível que afinal
Viver seja um erro...
Ou é apenas errado, na vida
Tentar ser feliz???

Musicallis