sexta-feira, 16 de maio de 2008

Proibido, quando???

Analisando a sequência de imagens, em quem pensam???




Provavelmente no mesmo que eu...
Se temos que cumprir, que sejamos mesmo todos...
O tempo não está bonito, os dias estão chuvosos...
Para cumprir o que me tem sido imposto tenho fumado de chapéu de chuva aberto, fora dos portões da escola.
Porquê??? se afinal se pode fumar até mesmo dentro de um avião, fretado ou não, porque isso é o menos.
É um frete fumar com chuva...
É um frete temos políticos assim!
Musicallis
Breve ilustração poética de
Bernardo Guimarães poeta e romancista brasileiro (1825-1884)

Ao cigarro
(canção)
Cigarro, minhas delícias,
Quem de ti não gostarás?
Depois do café, ou chá,
Há nada mais saboroso
Que um cigarro de Campinas
De fino fumo cheiroso?

Cigarro, quanto és ditoso!
Já reinas em todo mundo,
E esse teu vapor jucundo
Por toda parte esvoaça.
Até as moças bonitas
Já te fumam por chalaça!...

Sim; - já por dedos de neve
Posto entre lábios de rosa,
Em gentil boca mimosa
Tu te ostentas com vaidade.
Que sorte digna de inveja!
Que pura felicidade!

Anália, se de teus lábios
Desprendes subtil fumaça,
Ah! tu redobras de graça,
Nem sabes que encantos tens.
À invenção do cigarro
Tu deves dar parabéns.

Qual caçoula de rubim
Exalando âmbar celeste,
Tua boca se reveste
Do mais primoroso chiste.
A tão sedutoras graças
Nenhum coração resiste.

Embora tenha o charuto
Dos fidalgos a afeição,
E do conde ou do barão
Seja embora o favorito;
Mas o querido do povo
És tu só, meu cigarrito.

Quem pode ver sem desgosto,
Esse charuto tão grosso,
Esse feio e negro troço
Nos lábios da formosura?...
E uma profanação,
Que o bom gosto não atura.

Mas um cigarrinho chique,
Alvo, mimoso e faceiro,
A um rostinho fagueiro
Dá realce encantador.
E incenso que vapora
Sobre os altares de amor.

O cachimbo oriental
Também nos dá seus regalos;
Porém nos beiços faz calos,
E nos faz a boca torta.
De tais canudos o peso
Não sei como se suporta!...

Deixemos lá o grão-turco
No tapete acocorado
Com seu cachimbo danado
Encher as barbas de sarro.
Quanto a nós, ó meus amigos,
Fumemos nosso cigarro.

Cigarro, minhas delícias,
Quem de ti não gostará?
Certo no mundo não há
Quem negue tuas vantagens.
Todos às tuas virtudes
Rendem cultos e homenagens.

És do bronco sertanejo
Infalível companheiro;
E ao cansado caminheiro
Tu és no pouso o regalo;
Em sua rede deitado
Tu sabes adormentá-lo.

Tu não fazes distinção,
És do plebeu e do nobre,
És do rico e és do pobre,
És da roça e da cidade.
Em toda a extensão professas
O direito de igualdade.

Vem pois, ó meu bom amigo,
Cigarro, minhas delícias;
Nestas horas tão propícias
Vem dar-me tuas fumaças.
Dá-mas em troco deste hino,
Que fiz-te em acção de graças.

Rio de Janeiro, 1864
Era assim em 1864, agora, a conversa é mesmo outra!...

3 comentários:

BF disse...

POis .. tens toda a razão... uns têm "fretes" outros não.

A minha sorte é que já me curei desse vício ... mas tenho outros.

Beijos
Boa Semana
BF

Jorge P. Guedes disse...

Pois é, de fidalgo passou a proscrito, o cigarrito que nos venderam durante muitos anos como peça de um acto social.

Agora, para fumar em aviões, só no grupo dos «só cretinões»!

"mudam-se os tempos
mudam-se as vontades..."

Um abraço, cara colega musical.
Jorge P.G.

Jorge P. Guedes disse...

Então, amiga e colega?!

Nada de novo no «Estou de Passagem»?
Que pena!

Um abraço e bom fim-de-semana.
Jorge P.G.